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Soutenance de thèse - Matheus Alves Duarte da Silva : « Quand la peste connectait le monde : production et circulation de savoirs microbiologiques entre Brésil, Inde et France (1894-1922) »
Mardi 22 septembre 2020, 18h / Visioconférence
Matheus Alves Duarte da Silva soutiendra le mardi 22 septembre 2020 à partir de 18h sa thèse de doctorat intitulée « Quand la peste connectait le monde : production et circulation de savoirs microbiologiques entre Brésil, Inde et France (1894-1922) ».
La soutenance aura lieu en visioconférence. Afin d’affecter le moins possible la qualité de celle-ci nous sommes contraints de limiter l’accès au public. Les personnes souhaitant assister à la soutenance sont invitées à se rapprocher du candidat à l'adresse matheus.duarte@ehess.fr
► Composition du jury :
- Sylvia Chiffoleau, CNRS
- Marcos Cueto, Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz (rapporteur)
- Jean-Paul Gaudillière, EHESS
- Christos Lynteris, University of St Andrews (rapporteur)
- Dominique Pestre, EHESS (directeur de thèse)
- Kapil Raj, EHESS (directeur de thèse)
- Anne Rasmussen, EHESS
- Sanjay Subrahmanyam, UCLA / Collège de France
Résumé
Entre 1899 et 1900, le bacille de la peste bubonique est identifié pour la première fois au Brésil, dans le cœur économique du pays, à São Paulo et Rio de Janeiro. Pour combattre le fléau, les pouvoirs publics créent deux laboratoires chargés de la production de sérums et de vaccins antipesteux, Butantan et Manguinhos, et mettent en place une série de mesures d’hygiène publique, dont les vaccinations et la chasse aux rats. La politique sanitaire produit progressivement ses effets, de sorte que vers 1917 la maladie a quitté ces deux régions du pays. En 1922, l’année du premier centenaire de l’indépendance du Brésil, des savants font de cet épisode le début d’une tradition scientifique nationale, initiant une lecture qui sera reprise ensuite par certains historiens.
À partir de sources conservées dans des archives institutionnelles, diplomatiques et gouvernementales au Brésil, en France, en Italie et au Royaume-Uni, la thèse propose une autre lecture de cet événement. Elle montre d’abord le dialogue établi entre des acteurs basés au Brésil et des savoirs microbiologiques développés avant 1900 aussi bien à Bombay, qui est alors l’épicentre de la pandémie de peste, qu’à Paris, siège de l’Institut Pasteur. Elle examine ensuite la façon dont ces acteurs et d’autres, basés à São Paulo et à Rio de Janeiro, se sont engagés, entre 1900 et 1914, dans de grands débats internationaux sur le traitement et la prophylaxie de la maladie. À cet égard, la thèse accompagne la trajectoire de sérums antipesteux envoyés depuis le Butantan jusqu’à Bombay ; la mobilisation de statistiques sur l’usage du sérum antipesteux de Manguinhos par les savants de l’Institut Pasteur ; et le développement de pratiques d’immunisation antipesteuse et de politiques sanitaires contre les rats, d’abord à Bombay, puis dans les villes brésiliennes touchées par le fléau, et jusqu’à Paris, frappée à son tour par la maladie en 1920.
Les principales conclusions de la thèse s’adressent autant à l’histoire des sciences au Brésil qu’à l’histoire de la microbiologie en général. On conclut que la mise au point et la stabilisation des acquis majeurs de la microbiologie – les sérums, les vaccins et la destruction de vecteurs – relèvent, en ce qui concerne la peste bubonique, de l’interaction directe et indirecte entre des groupes de savants basés au Brésil, en Inde et en France. On établit également que certains savoirs élaborés au Brésil et en Inde ont pu circuler en France, où le fléau se présentait comme une menace étrangère constante, quand la peste est devenue un problème de santé publique en 1920. On montre enfin que la microbiologie, vue souvent comme une science européenne exportée vers le reste du monde, ou comme le produit de traditions scientifiques nationales, possède en vérité des trajectoires plus complexes, voire globales.
Abstract
Between 1899 and 1900, the bubonic plague bacillus was identified for the first time in Brazil, in the economic heart of the country: São Paulo and Rio de Janeiro. To fight the scourge, the public authorities created two laboratories responsible to produce both anti-plague sera and vaccines, Butantan and Manguinhos, and implemented a series of hygienic measures, including vaccinations and the destruction of rats. This health policy gradually produces its effects and by 1917 the disease had left these two regions of the country. In 1922, the year of the first centenary of Brazilian independence, scholars turned this episode into the start of a national scientific tradition, initiating then an interpretation that would be later taken up by certain historians.
Using sources conserved in institutional, diplomatic and governmental archives in Brazil, France, Italy and Great Britain, the thesis offers another reading of this event. It first shows the dialogue established between actors based in Brazil and the microbiological knowledge developed before 1900 both in Bombay, then the center of the plague pandemic, and in Paris, home of the Pasteur Institute. It then examines how these actors and others, present in São Paulo and Rio de Janeiro, engaged, between 1900 and 1914, in major international debates on the treatment and prophylaxis of the disease. In this regard, the thesis follows the trajectory of anti-plague sera sent from Butantan to Bombay; the mobilization of statistics about the use of Manguinhos anti-plague serum by scientists from the Pasteur Institute; and the development of anti-plague immunization practices and health policies against rats, first in Bombay, then in the Brazilian cities affected by the scourge, and then in Paris, struck by the disease in 1920.
The main conclusions of the thesis are addressed as much to the history of science in Brazil as to the history of microbiology in general. We conclude that the development and stabilization of the major achievements of microbiology – serums, vaccines and the destruction of vectors – as far as bubonic plague is concerned, are the direct and indirect result of the interactions between groups of scholars based in Brazil, India and France. We also concluded that some of the microbiological knowledge developed in Brazil and India circulated to France, where the scourge presented itself as a constant foreign threat, when the plague became a public health problem in 1920. We finally show that microbiology, seen often as a European science exported to the rest of the world, or as the product of national scientific traditions, has more complex, even global, trajectories.
Resumo
Entre 1899 e 1900, o bacilo da peste bubônica é identificado pela primeira vez no Brasil, em São Paulo e no Rio de Janeiro, o coração econômico do país. Para combater a doença, os poderes públicos criam dois laboratórios voltados para a produção de soros e vacinas antipestosos e colocam em prática uma série de medidas de higiene pública, como vacinações e caça aos ratos. Essa política sanitária produz progressivamente seus resultados e por volta de 1917 a peste desaparece dessas duas regiões do país. En 1922, ano do primeiro centenário da independência brasileira, determinados cientistas fazem desse episódio o início de uma tradição científica nacional, iniciando assim uma leitura que será mobilizada em seguida por alguns historiadores.
A partir de fontes conservadas em arquivos intitucionais, diplomáticos e governamentais no Brasil, na França, na Itália e no Reino-Unido, a presente tese propõe uma outra leitura desse evento. Em primeiro lugar, ela mostra o diálogo estabelecido entre atores no Brasil com alguns saberes microbiológicos desenvolvidos tanto em Bombaim, o epicentro da pandemia de peste, quanto em Paris, sede do Instituto Pasteur. A tese examina em seguida a maneira pela qual esses e outros atores, trabalhando em São Paulo e no Rio de Janeiro, se engajaram, entre 1900 e 1914, em importantes debates internacionais sobre o tratamento e a profilaxia da peste. Assim, a tese acompanha a trajetória de soros antipestosos enviados do Butantan até Bombaim; a mobilização de estatísticas sobre o uso do soro de Manguinhos realizada por alguns membros do Instituto Pasteur; e o desenvolvimento de práticas de imunização contra a peste e de políticas sanitárias contra os ratos em Bombaim, nas regiões brasileiras atingidas pela epidemia, e, finalmente, em Paris, atacada pela doença em 1920.
As principais conclusões da tese se dirigem tanto à história das ciências no Brasil quanto à história da microbiologia em geral. Conclui-se que a criação e a estabilização das principais inovações da microbiologia no que dizem respeito à peste bubônica – soros, vacinas e a destruição de vetores – resultam da interação direta e indireta entre alguns grupos de cientistas baseados no Brasil, na Índia e na França. A tese estabelece também que alguns saberes elaborados primeiramente no Brasil e na Índia puderam circular na França, onde a doença era uma ameaça estrangeira constante, quando a peste virou um problema de saúde concreto, em 1920. Por último, a tese sustenta que a microbiologia, vista recorrentemente como uma ciência europeia exportada ao resto do mundo, ou como o produto de tradições científicas nacionais, possui na verdade trajetórias mais complexas, talvez globais.
Centre Alexandre-Koyré
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2 cours des Humanités
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France